terça-feira, 31 de julho de 2012
O rock n roll nunca vai morrer!
No último dia 13 de julho todos nós que já fomos adolescentes rebeldes (ao menos musicalmente) comemoramos a passagem de mais um "Dia mundial do Rock N Roll", data também comemora a primeira edição do Woodstock. São inevitáveis os comentários sobre como "a música atual está um lixo", ou sobre "como o rock n roll de verdade não existe mais". Bem, há uma meia verdade aqui, a música atual está quase um lixo mas o rock n roll ainda existe. Não, não estou falando dessas musiquinhas recheadas de sintetizadores intelectuais hipsters que ouvimos por
segunda-feira, 16 de julho de 2012
A caixa luminosa vai te dizer o que fazer
Um pouco de memória política, é tudo o que o Brasil precisa. Talvez não seja tudo, mas é algo fundamental para atribuir senso crítico à esse povo tão influenciável. No último domingo o dominical Fantástico, da Rede Globo, exibiu uma reportagem em que Rosane Collor, ex esposa de Fernando Collor de Melo, fazia revelações bombásticas, segundo o anunciado, sobre rituais de magia negra praticados pelo então presidente da república na famosa Casa da Dinda.
No final das contas as revelações nem foram tão bombásticas assim, afinal, pelo que foi dito, ele só estava praticando seu direito, garantido pela constituição, de exercer livremente sua crença. "Dai à César o que é de Cesar..."; não vamos condená-lo por isso.
Agora o fato que realmente chamou a atenção foi o tom moralista do programa ao anunciar as falácias eleitorais que levaram o candidato corrupto ao poder. Veja aqui a reportagem.
Debate Lula X Collor - 1989
A emissora parece ter se esquecido da forcinha decisiva que deu para Fernando Collor de Melo no último debate antes das eleições, contra o candidato Luis Inácio Lula da Silva, que até aquele momento liderava todas as pesquisas. Uma sequência teatral de algumas horas atentou contra a democracia recém conquistada pelo povo brasileiro. Recentemente, em um vídeo divulgado pelas próprias organizações Globo, o diretor José Bonifácio admite ter manipulado aquele debate.
Percebam que em dado momento do vídeo o diretor diz: "Eu achei que a briga do Collor com o Lula nos debates estava desigual porque Lula era o povo e o Collor era a autoridade", e completa explicando como tudo foi forjado para favorecer o candidato alagoano.
Isso abre espaço para alguns questionamentos:
Como pode um diretor de televisão decidir sobre o futuro político de um país como o Brasil?
A democracia não deveria fazer valer a vontade do povo?
Qual o interesse da emissora na vitória de determinado candidato sobre outro?
A impressão que fica ao ver um vídeo desses, divulgado em um canal da própria Fundação Roberto Marinho, é que a democracia é uma farsa forjada por aqueles que deveriam esclarecer. Não há desenvolvimento de ideias, mas sim uma imposição das mesmas.
- "Senta ai, você não tem opinião, a caixa luminosa vai te dizer o que fazer"
domingo, 15 de julho de 2012
"Eu voltei agora pra ficar, porque aqui, aqui é meu lugar..."
"O bom filho à casa torna..." quase dois anos depois da minha postagem mais recente, resolvi retomar as atividades deste pretensioso blog. O motivo? Não sei dizer ao certo, mas posso afirmar que tenho recebido incentivos inconscientes de todos os lados. Para marcar o retorno, ofereço a vocês um pouco da minha literatura ainda em construção.:
- Então é assim que acaba?
- Então é assim que acaba?
- Então é assim que acaba? – Perguntou ela tentando mantê-lo
ali mais um pouco, incrédula.
- É – Ele respondeu
sem querer prolongar mais aquilo.
- Mais não é justo – Protestou sabendo ser inútil, saber
daquilo pode ter sido uma surpresa para ela, mas o conhecia bem para saber que
quando tomava uma decisão assim, não voltava atrás.
- Eu sei, mas é o melhor para mim. Talvez seja para você
também, nosso amor era forte mas não iria durar.
“Nosso amor era
forte”? Então pra ele não já havia mais amor? Seria aquele o mesmo Beto que fez
de tudo pra ficar com ela? Que alterou toda a sua maneira de ser só para que
ela pudesse fazer parte da sua vida? Ele disse um dia que aquele amor seria
eterno, agora com a mesma voz, faltando o entusiasmo, dizia que acabou.
Não dava para acreditar, ela não queria acreditar!
- Mas não é justo! – Disse ela e começou a chorar, ele olhou
e reconheceu aquele choro que sempre amolecia seu coração. Mas não dava pra
voltar atrás. Sentiu vontade de chorar também, mas manteve-se impassível. Sua
vocação estava definida, ele recebeu um chamado e iria cumprí-lo. O padre Magno advertira-o de que aquele tipo de provação seria freqüente, que ele deveria
suportar. Talvez o padre Magno nunca tivesse amado. Era muito difícil vê-la
chorando por sua causa e aparentar indiferença. Mas ele o fez.
A história de Fernanda e Roberto começou de uma forma tão
improvável quanto terminou. Beto era um tremendo “vida boa”, como se diz em
cidades pequenas como a deles. Trabalhava durante a semana em uma loja de
matérias de construção e gastava o que podia em toda espécie de farra.
Aquele tipo de rapaz que é conhecido como “galinha”
por meninas que fingem não gostar de tipos assim. O cara que nenhum pai
em sã consciência permitiria que se aproximasse de sua filha. Apesar dos
esforços de seus pais, não quis terminar os estudos fora quando terminou o
segundo grau. Preferiu aceitar o emprego na loja do pai de um de seus amigos e
continuar na cidade, com a sua turma, correndo atrás de micaretas.
Fernanda por sua vez era o tipo de garota que todo pai
deseja ter como filha. Aluna aplicada sempre tirava as melhores nota,s sendo a
queridinha da maioria dos professores. Uma filha exemplar, sempre voltava das
festas antes do horário estipulado pelos pais. Andava na turma dos assim
chamados certinhos (até onde se pode ser certinho aos 16 anos pelo menos) e
desde cedo sempre foi uma cristã exemplar. Ajudava nas obras da igreja e desde
os 14 anos era catequista. Além disso era linda, talvez a mais bonita da
cidade, com seus olhos grandes e seu sorriso singelo já havia derretido vários
corações. Mas desde o seu primeiro beijo aos 14, não havia tido mais nenhum
namoradinho, nem rolo, nem paquera, nem nada. Rapazes tentaram e rapazes
fracassaram em conquistar seu coração.
Um namoro entre Fernanda e Roberto era algo impensável, mas
a vida é um tanto engraçada e o improvável vive acontecendo. Os dois se
conheceram por intermédio de um amigo em comum em uma festinha de escola. O fato de os dois terem sido apresentados não foi nem um pouco
natural como eu posso ter feito parecer. Roberto estava na dita festa e percebeu como era linda aquela menina
que via, talvez pela primeira vez, pois apesar de morarem em uma cidade pequena
se cruzaram pouco, devido a natureza heterogênea dos lugares que frequentavam.
Comentou que reparara na menina com um amigo seu, companheiro de farras, e este
riu “Beto essa daí não é para caras como a gente, muito certinha, mas é da sala
do meu irmão se quiser arriscar...”. Ele quis. O irmão foi chamado à rodinha dos
“bad boys” e participou de uma pequena maquinação adolescente que alcançou a
sua meta de colocar Beto e Nanda jogando conversa fora.
Conversaram bastante e
durante esse tempo Beto não percebeu que seus objetivos iam mudando. É preciso
estar de fora para perceber o quanto o coração dos jovens é algo intrigante.
Seu plano inicial era apenas curtir a noite ao lado daquela menina, ela havia
sido simplesmente a escolhida dentre todas naquele clube para
trocar uns beijos durante a noite, quem sabe algo mais. Escolhida somente por ser a mais bonita. Mas ela se safava de cada investida. Isso
definitivamente não estava nos planos. Ele disfarçou a irritação mas não
conseguiu disfarçar o crescente fascínio que ela agora exercia sobre ele.
Fernanda disse que precisava ir embora.
Ele disse que estava cedo.
Ela falou que seu pai marcava horário.
Ele pediu seu telefone.
Ela mentiu dizendo que não sabia de cor.
Ele perguntou se poderiam se ver de novo esta semana.
Ela disse que provavelmente não.
* * *
Continua nos próximos episódios
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